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Nutrição nos esportes radicais: desafios e perspectivas científicas

Os esportes radicais são classificados como modalidades de intenso e volumoso esforço físico, em condições extremas de velocidade, altura e outros fatores que geram risco ao atleta. Por isso, é necessário adequação segura do ambiente esportivo, bom condicionamento físico e mental, além de um suporte nutricional suficiente para atender a altas demandas atléticas nesses tipos de esportes.

Pode-se classificar como esporte radical aqueles que envolvem ar, terra, água e neve, como: surf, triathlon, paraquedismo, windsurf, esqui, rafting, arvorismo, montanhismo, MMA, cross ciclismo, entre outros. Com o avanço da era digital, observou-se um crescimento da prática desses esportes comparando com os tradicionais.

Esportes radicais: um olhar para a fisiologia

Quando se pensa em esportes radicais, é preciso ressaltar as particularidades bioquímicas e fisiológicas, e como a modalidade em si pode interferir no equilíbrio corporal do atleta.

O surf é um esporte que oferece desafios únicos à termorregulação e hidratação, por exemplo. Um recente estudo (Atencio et al., 2021) avaliou a perda de fluido em surfistas recreativos e analisou os efeitos da temperatura da água, temperatura do ar, intensidade do exercício e espessura da roupa durante uma sessão da modalidade, avaliando o estado de hidratação. Os resultados mostraram que o surf prolongado em altas temperaturas, sobretudo em participantes que tinham um alto Índice de Massa Corporal (IMC), resultou em déficits significativos de água corporal, levando a considerar que, como não há oportunidade de se reidratar durante uma sessão de surf, os atletas devem pré-hidratar adequadamente para evitar os efeitos negativos da desidratação.

Já nos esportes derivados do ar, como o paraquedismo, a estratégia que mais deve ser ajustada envolve a modulação emocional, mais do que a demanda física. Nesse sentido, um estudo (Rubino et al., 2021) mostrou que o paraquedismo resultou em um aumento significativo nos níveis de cortisol salivar diretamente após o pouso, em comparação com a visita de controle. Sendo assim, ressalta-se que esse tipo de prática esportiva pode aumentar o nível de estresse no atleta, tornando-se essencial a segurança nutricional para amenizar tal desequilíbrio.

Triathlon a marcadores de inflamação: update da ciência

Um estudo feito por Smith et al. (2020) relacionou a influência do triatlo Ultraman Florida, composto por 3 dias de corrida não contínua, 10 km de natação e 144,8 km de ciclismo, nas concentrações plasmáticas circulantes de marcadores inflamatórios e anti-inflamatórios e se essas variáveis estão associados ao desempenho esportivo. Os marcadores avaliados foram: proteína C reativa (PCR), interleucina (IL)-6 (IL-6) e IL-10 e componentes inflamatórios substitutos específicos do intestino (IL-17 e IL-23).

Em torno de 18 triatletas foram avaliados no início e após a corrida. A PCR plasmática aumentou significativamente desde a linha de base, tanto a IL-6 quanto a IL-10 no plasma não mudaram significativamente e as concentrações basais e pós-corrida de IL-17 e IL-23 estavam abaixo dos limites detectáveis. Os resultados, portanto, sugerem que citocinas como IL-6 e IL-10 envolvidas na resposta inflamatória não se modificam expressivamente com o impacto fisiológico derivado do esporte radical, e que a ausência de IL-17 e IL-23 pode sugerir adaptações intestinais positivas do treinamento de ultra-resistência, indicando que existe uma relação entre as respostas anti-inflamatórias e o desempenho.

O Meeting Brasileiro de Nutrição Esportiva trará uma abordagem científica sobre a nutrição esportiva avançada, apoiando a importância do cuidado nutricional na rotina de atletas de elite, esportes radicais, amadores e desportistas. Clique aqui e se inscreva.

Um estudo feito por Smith et al. (2020) relacionou a influência do triatlo Ultraman Florida, composto por 3 dias de corrida não contínua, 10 km de natação e 144,8 km de ciclismo, nas concentrações plasmáticas circulantes de marcadores inflamatórios e anti-inflamatórios e se essas variáveis estão associados ao desempenho esportivo. Os marcadores avaliados foram: proteína C reativa (PCR), interleucina (IL)-6 (IL-6) e IL-10 e componentes inflamatórios substitutos específicos do intestino (IL-17 e IL-23).

Em torno de 18 triatletas foram avaliados no início e após a corrida. A PCR plasmática aumentou significativamente desde a linha de base, tanto a IL-6 quanto a IL-10 no plasma não mudaram significativamente e as concentrações basais e pós-corrida de IL-17 e IL-23 estavam abaixo dos limites detectáveis. Os resultados, portanto, sugerem que citocinas como IL-6 e IL-10 envolvidas na resposta inflamatória não se modificam expressivamente com o impacto fisiológico derivado do esporte radical, e que a ausência de IL-17 e IL-23 pode sugerir adaptações intestinais positivas do treinamento de ultra-resistência, indicando que existe uma relação entre as respostas anti-inflamatórias e o desempenho.

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REFERÊNCIAS

Smith KA, Kisiolek JN, Willingham BD, Morrissey MC, Leyh SM, Saracino PG, Baur DA, Cook MD, Ormsbee MJ. Ultra-endurance triathlon performance and markers of whole-body and gut-specific inflammation. Eur J Appl Physiol. 2020 Feb;120(2):349-357. 

Rubino, Maria et al. Short intense psychological stress induced by skydiving does not impair intestinal barrier function. PloS One, julho, 2021.

Atencio JK, Armenta RF, Nessler JA, Schubert MM, Furness JW, Climstein M, Mach L, Newcomer SC. Fluid Loss in Recreational Surfers. Int J Exerc Sci. 2021 Apr 1;14(6):423-434.

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