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Hormônios, composição corporal e performance: como avaliar esse eixo?

A avaliação de hormônios na composição corporal e como parâmetro de performance é foco do atendimento na nutrição esportiva, tendo em vista que diferentes mudanças hormonais podem impactar nessas condições.

A nível fisiológico, atletas de elite produzem adaptações hormonais para alcançar seu melhor desempenho em períodos competitivos previamente estabelecidos, além de necessitarem de uma regulação do eixo endócrino para manter sua composição corporal adequada. O exercício de resistência, por exemplo, causa estresse no organismo e induz importantes alterações nesse sistema endócrino.

Hormônios e esportes de resistência: entendendo o corpo do atleta

Começando pelo cortisol, esse é o principal glicocorticóide do organismo secretado nas  glândulas adrenais e é controlado por um mecanismo de feedback negativo pelo eixo hipotálamo-hipófise-adrenal. Esse hormônio é modulado por ritmos circadianos, mas fatores como estresse mental, desidratação, excesso de exercícios extenuantes ou alimentação podem alterar sua produção. 

Em atividades de resistência, os valores sanguíneos de cortisol aumentam, uma vez que sua função catabólica contribui para a manutenção de níveis adequados de energia, gerando a degradação de proteínas, hidrólise de triglicerídeos e até mesmo adição de energia adicional de carboidratos por meio da gliconeogênese. Ao final da atividade, as concentrações começam a diminuir, podendo levar até 48 horas para recuperar seus valores basais. Pensando na manutenção da composição corporal, regularizar as taxas de cortisol se torna fundamental a fim de evitar o catabolismo muscular, quando há desequilíbrio no eixo de sua síntese.

Anabolismo e modulação hormonal atlética

Quando falamos em anabolismo, o destaque principal é para a testosterona, hormônio anabólico que participa de múltiplas funções fisiológicas, modificando a síntese proteica muscular, estimulando a remodelação óssea e regulando a função das proteínas transportadoras de lactato, gerando a oxidação do lactato como combustível durante o exercício. Alves et al. (2020) relata que atletas que passam por treinamento contínuo de longo prazo podem ter níveis reduzidos de testosterona crônica basal, definida como “condição Masculina Hipogonadal de Exercício” Outros estudos anteriores reforçam que seus baixos níveis seriam provocados ​​pela relação negativa entre cortisol e testosterona. 

Nesse sentido, é possível se analisar a razão testosterona/cortisol, uma variável que se relaciona com o equilíbrio anabólico/catabólico em atletas, monitorando e avaliando a resposta do organismo ao estresse crônico induzido pelo exercício. Contudo, alguns autores  mencionam que a razão não pode ser usada como meio de controle, pois resultados de estudos mostraram que reduções de 30% da razão nem sempre pioraram o desempenho dos atletas, ou seja, sua análise pode ser limitada.

Outros hormônios também devem ser avaliados no atendimento de esportistas e atletas, com destaque à insulina e o hormônio luteinizante LH, que são considerados como importantes mediadores na resposta e adaptação do corpo ao estresse induzido pelo exercício.

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REFERÊNCIAS

Alves J, Toro V, Barrientos G, Bartolomé I, Muñoz D, Maynar M. Hormonal Changes in High-Level Aerobic Male Athletes during a Sports Season. Int J Environ Res Public Health. 2020 Aug 12;17(16):5833. 

Sonksen P. Determination and regulation of body composition in elite athletes. Br J Sports Med. 2018 Feb;52(4):219-229. doi: 10.1136/bjsports-2016-096742. Epub 2016 Nov 22.

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