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Crossfit: quais as adaptações metabólicas?

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O crossfit vem crescendo no mundo esportivo como uma grande modalidade. Com isso, o interesse da comunidade científica expandiu-se em busca de descobrir as repercussões desse tipo de exercício no metabolismo humano. Para isso, pesquisadores de um estudo avaliaram as alterações metabólicas em 7 homens e 4 mulheres, após serem submetidos a 3 meses de crossfit. Avaliaram a capacidade de captação, distribuição e utilização de oxigênio (Vo2), analisando a composição corporal e as modificações do fator neurotrófico cerebral (BNDF) e da irisina.

O BDNF é uma proteína capaz de estimular processos de neurogênese, sobrevivência de neurônios e microglia, aumentando a neuroplasticidade e participando da diferenciação de células desenvolvidas no hipocampo. É liberado do sistema musculoesquelético durante o exercício físico e pode facilitar a conversação entre o sistema nervoso e muscular. A irisina é o hormônio do exercício, também, liberado dos músculos, envolvido em processos de oxidação no organismo, que, dentro das células do tecido adiposo, estimula a expressão de UCP-1, assim, promovendo a diferenciação dos adipócitos brancos em beges. E isso significa que esse adipócito possui mitocôndrias que, consequentemente, oxidam a gordura presente. É uma questão vital do ponto de vista da profilaxia e do tratamento, por meio do exercício, de doenças relacionadas à idade.

Nos resultados, o Crossfit mostrou-se eficiente em elevar o Vo2 e consequentemente, promoveu aumento da capacidade aeróbia em todos os participantes. As mulheres aumentaram aproximadamente 14%, sendo que as medições do equilíbrio ácido-base indicaram um aumento na pO2 na corrente sanguínea, tanto em repouso quanto após o exercício. Na prática, esse fator significa o aumento da capacidade do organismo em sustentar a intensidade, em exercícios de longa duração e alta intensidade, assim, elevando o processo de angiogênese. Após 3 meses de duração da pesquisa, os participantes de crossfit aumentaram as concentrações basais de BNDF, principalmente, no gênero masculino. Todos os participantes aumentaram a massa magra e reduziram a porcentagem de gordura corporal. Quanto aos valores de irisina, após a intervenção, não mostraram aumento de acordo com os níveis avaliados no início do estudo. Dados na literatura sugerem que 28% da irisina se encontram no tecido adiposo e 72% nos músculos. Neste caso, o desenho do estudo pode ter sido contribuinte para esta não alteração hormonal, uma vez que os pesquisadores fizeram a coleta de sangue 15 minutos após os testes de força e performance, sendo que outros estudos já relataram que os níveis de irisina se tornam elevados após 6 horas de exercício físico.

A prática de crossfit promove adaptações positivas ao metabolismo humano, segundo estudos científicos. Os resultados associados à dinâmica motivacional que ocorre fazem com que todos os praticantes se tornem cada vez mais disciplinados e constantes na sua prática.

 

REFERÊNCIAS

MAJERCZAK, J. et al. Myosin heavy chain composition in the vastus lateralis muscle in relation to oxygen uptake and heart rate during cycling in humans. J Physiol Pharmacol., v. 65, p. 217-227, 2014.

MURAWSKA-CIALOWICZ, E.; WOINA., J.; ZUWALA-JAGIELLO, J. Crossfit training changes brain-derived neurotrophic factor and irisin levels at rest, after wingate and progressive tests, and improves aerobic capacity and body composition of young physically active men and women. J Physiol pharmacol., v, 66, n. 6, p. 811-21, dec. 2015.

NORHEIM, F. et al. The effects of acute and chronic exercise on PGC-1α, irisin and browning of subcutaneous adipose tissue in humans. FEBS J., v. 281, n. 3, p.739-749, dec. 2013.

PAOLI, A. et al. Exercising fasting or fed to enhance fat loss? Influence of food intake on respiratory ratio and excess post exercise oxygen consumption after a bout of endurance training. Int J Sport Nutr Exerc Metab., v. 21, n. 1, p. 48-54, feb. 2011.

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