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Efeitos da suplementação de β-alanina no esporte

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Em 2011, a venda mundial de suplementos alimentares cresceu aproximadamente 14%, movimentando 21 bilhões de dólares, sendo que somente 5% das vendas totais desses suplementos foram destinadas a atletas de elite. A busca por melhor condicionamento físico e forma física tem levado pessoas de todas as idades à prática de exercícios. Nos últimos anos, a insatisfação corporal cresce de maneira exponencial, e isso tem causado o crescente uso de recursos ergogênicos, como os suplementos nutricionais com objetivo de melhorar a aparência física.

Diante de todos os suplementos comumente utilizados, a suplementação com β-alanina vem crescendo significativamente nos últimos anos, principalmente, em esportes que incluem exercícios de alta intensidade. Essa substância é utilizada com o objetivo de melhorar a performance do exercício e diminuir a fadiga muscular no pós-treino.

Hobson e colaboradores (2012) apontaram que a β-alanina parece ser mais útil em atividades com duração entre os 60 e os 240 segundos, diferentemente das atividades com duração inferior a 60 segundos, que demonstram efeitos não significativos. Pesquisas têm ressaltado que benefícios no desempenho esportivo observados com a suplementação de β-alanina não são diretamente causados pela ação deste aminoácido, mas, principalmente, por ser um intermediário da síntese de carnosina no tecido muscular.

A manutenção do pH intracelular durante o exercício é de grande importância para a função muscular normal em atletas. Diante disso, diversos sistemas-tampões estão envolvidos a fim de manter a homeostase do pH, incluindo a exportação ativa de H+ do músculo. Dessa maneira, acredita-se que o aumento dos níveis de carnosina no sistema musculoesquelético, pela suplementação com β-alanina, deve melhorar a capacidade intramuscular de tamponamento, promovendo um retardo no surgimento da fadiga em determinados tipos de exercício. Em estudo desenvolvido por Kern e Robinson (2011), com 37 universitários de Colorado (EUA), divididos entre 22 praticantes de wrestling e 15 jogadores de futebol, houve a suplementação de 4g/dia de β-alanina ou um placebo durante 8 semanas. Nos resultados, o grupo suplementado com β-alanina melhorou a sua performance e teve um aumento de massa magra. Os dois grupos de jogadores de futebol ganharam peso, no entanto, o grupo suplemento ganhou um peso médio de 2,1Kg de massa magra em comparação com 1,1Kg para o placebo.

Os autores de outra pesquisa investigaram os efeitos do uso de β-alanina suplementada na capacidade de exercício e o conteúdo de carnosina muscular em idosos no Brasil. Para isso, foram analisados 18 idosos saudáveis, de ambos os sexos, com idade entre 60 a 80 anos, que receberam suplementação aleatória de placebo (800mg 2x/dia) ou β-alanina (3,2g de β-alanina/dia = 800mg 2x/dia) durante 12 semanas. Houve um aumento significativo do conteúdo de carnosina muscular do músculo gastrocnêmio de aproximadamente 85,4% no grupo β-alanina quando comparado com o grupo de placebo. Esse tipo de intervenção foi eficaz em aumentar o conteúdo de carnosina no músculo de indivíduos idosos, com melhora na capacidade de exercício físico e retardo na sarcopenia.

 

REFERÊNCIAS

 HOBSON, R. M. et al. Effects of β-Alanine Supplementation on Exercise Performance: A Meta-Analysis. Amino Acids, v. 43, n. 1, p. 25-37, 2012.

KERN, B.; ROBINSON, T. Effects of β-alanine Supplementation on Performance and Body Composition in Collegiate Wrestlers and Football Players. Journal of Strength and Conditioning Research, v. 25, n. 7, p. 804-1815, 2011.

DEL FAVERO, S. et al. Beta-alanine (Carnosyn™) Supplementation in Elderly Subjects (60-80 years): Effects on Muscle Carnosine Content and Physical Capacity. Amino Acids, v. 43, n. 1, p. 49-56, 2012.

PAINELLI, V. S. Influência do Estado de Treinamento Sobre o Desempenho Físico em Resposta à Suplementação de Beta-Alanina. Dissertação de mestrado. USP-RP. São Paulo. 2013.

FERREIRA, C. et al. Atualidades sobre a suplementação nutricional com beta-alanina no esporte. Revista Brasileira de Nutrição Esportiva, São Paulo. v. 9. n. 51. p.271-278, Maio/Jun. 2015.

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