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Whey protein enriquecido com aminoácidos essenciais aumenta o balanço proteico pós-exercício durante o deficit energético

Autores: Jess A. Gwin et al.

Revista: Journal of The International Society of Sports Nutrition (2021)

Introdução

Militares, atletas de peso e trabalhadores em ocupações árduas, como bombeiros, regularmente, passam por períodos de deficit de energia inevitável que podem degradar o musculoesquelético e aumentar a perda de proteína corporal devido, em parte, ao balanço proteico negativo e à atenuação da síntese muscular. Ingerindo proteína de alta qualidade, rica em aminoácidos essenciais (EAA) confere um potente estímulo anabólico durante o balanço energético e, portanto, pode compensar a perda de proteína muscular e corporal se consumido durante o deficit de energia. No entanto, recomendações para EAA/quantidade de proteína e formato de alimento necessário para otimizar o balanço proteico corporal e a síntese proteica muscular (MPS) durante deficit de energia não são bem descritos. Em relação à quantidade de EAA/proteína, foi demonstrado, recentemente, que a ingestão de uma quantidade elevada (0,30 g/kg) de EAA de forma livre durante o deficit de energia aumenta o balanço proteico de corporal em maior extensão do que a quantidade padrão (0,10 g/kg) consistente com as recomendações atuais de ingestão de proteína pós-exercício.

O formato alimentar de EAA/proteína consumido determina sua qualidade e estímulo anabólico devido à sua composição de aminoácidos e sua digestibilidade. Esses fatores influenciam a quantidade e o padrão de EAA que entra na circulação periférica e, portanto, o substrato disponível para suportar a renovação de proteínas de corpo inteiro e MPS. Refeições com macronutrientes mistos contendo proteínas íntegras são o formato alimentar predominante de EAA/proteína consumido pela população em geral e por militares subsistindo principalmente de rações militares durante operações extenuantes. No entanto, para atingir uma quantidade ideal de EAA/proteína com refeições de macronutrientes mistos, os indivíduos devem consumir uma maior quantidade de alimentos total do que se outros EAA ou formatos mais eficientes de proteína estivessem disponíveis.

A combinação de proteínas inteiras e EAA livres pode ser uma formulação anabólica vantajosa, à medida que alavanca a composição de aminoácidos, a digestão e a absorção de ambos os formatos, sustentando as concentrações periféricas de EAA. O presente estudo levantou a hipótese que o aumento ótimo no EAA periférico depois da ingestão de whey enriquecido com EAA é capaz de promover o balanço proteico corporal e a MPS em maior nível durante o deficit de energia do que whey ou uma refeição mista de macronutrientes.

Métodos

Homens e mulheres, de 18 a 25 anos, saudáveis e não obesos, que praticam exercício de resistência, foram selecionados para o estudo. Os voluntários foram submetidos a um estudo cruzado e randomizado, 5 dias de deficit de energia induzido por dieta controlada (- 30% das necessidades totais de energia), cada um separado por um washout de 14 dias. Imediatamente após cada deficit de energia, estudos de infusão de isótopos estáveis foram usados para determinar a síntese proteica corporal (PS), a quebra de proteínas (PB) e o balanço líquido (NET) em resposta à ingestão pós-exercício de uma dose baixa de whey protein isolado enriquecido com EAA (EAA + W; 35g de proteína) ou quantidades isonitrogênicas de whey protein isolado (WHEY) ou proteína em uma refeição mista de macronutrientes (REFEIÇÃO). MPS mista foi avaliada por todo o exercício e mais o período de recuperação pós-prandial.

Foi feita uma comparação nos efeitos de 3 tipos de refeições pós-treino de adultos saudáveis praticantes de atividade física, todos efetuaram a mesma dieta durante o experimento, fazendo uma restrição calórica de 30% por dia. O treinamento antes da refeição se baseia em exercícios de musculação como levantamento, caminhada com carga, step-up de caixa, entre outros.

Resultados e Discussão

Em relação ao peso corporal, os 3 grupos apresentaram perda de peso após o deficit calórico, sendo a magnitude de perda de peso a mesma. Não houve diferença estatística entre a massa livre de gordura dos 3 grupos, após o período de intervenção. A intensidade do exercício não diferenciou entre os 3 grupos.

Quando são comparadas as 3 opções de refeições, o EAA + W proporcionam um balanço proteico corporal superior, quando equiparados com as outras duas refeições, relacionando-se ainda há uma maior concentração periférica de EAA e maior aumento da PB corporal. Já a opção da REFEIÇÃO, observou-se que foi a refeição que menos desenvolveu um balanço proteico corporal. Além disso, houve uma maior redução na PB com EAA + W em comparação com WHEY. Independentemente das diferenças no NET, a MPS mista foi a mesma entre os tratamentos. No entanto, EAA + W e WHEY tiveram uma maior resposta anabólica ao se normalizar MPS mista para ingestão energética total, sugerindo uma maior eficiência desses formatos na manutenção da MPS.

Os dados sugerem que o consumo de proteína intacta de alta qualidade enriquecida com forma livre de EAA estimula o equilíbrio proteico de todo o corpo em comparação com os outros formatos isonitrogenados. Assim, o formato combinado com EAA/proteína pode ser uma estratégia eficaz para compensar a perda de proteína corporal durante o período catabólico no estresse de deficit energético.

O aumento acentuado no NET após a ingestão de EAA + W confirma a hipótese de que as mudanças no NET refletem aumentos nas concentrações de EAA circulantes. No estudo atual, um maior balanço nitrogenado após a ingestão de EAA + W foi devido a um aumento robusto em PS e uma redução concomitante em PB. Baseado em trabalhos anteriores, é provável que o balanço resultante tenha sido, em grande parte, impulsionado pelos perfis de EAA circulantes. As concentrações periféricas de EAA induzidas pela forma livre e componentes derivados do EAA + W fornecem o EAA necessário para estimular inicialmente a PS, bem como os não-EAA(conferir) para um aumento sustentado de OS. Além disso, uma inibição dependente da dose de PB por EAA tem demonstrado na região esplâncnica, independente de quaisquer efeitos específicos da insulina. Por último, o componente não EAA da combinação entre EAA + W provavelmente também prevê um maior uso de EAA exógeno para PS.

Curiosamente, as reduções no PB foram semelhantes entre o grupo EAA + W e o grupo REFEIÇÃO. A maior redução do PB com REFEIÇÃO foi, provavelmente, devido, em parte, à energia na REFEIÇÃO (567kcal) em comparação com EAA + W (173kcal). Considerando o estresse catabólico de deficit de energia, a
energia fornecida pela REFEIÇÃO pode ter reduzido a necessidade de proteínas endógenas para fornecer os aminoácidos precursores usados para gliconeogênese e propósitos de síntese de energia.

Conclusão

Conclusivamente, o NET foi aprimorado com whey enriquecido com EAA versus quantidades isonitrogenadas de whey e uma refeição mista de macronutrientes durante o deficit de energia de 30%. O NET foi alcançado por meio de um aumento em PS e uma atenuação de PB. Além disso, o whey enriquecido com EAA resultou em taxas semelhantes de MPS mista com os outros tratamentos, embora a MPS tenha sido mais eficiente para a ingestão energética, uma vez que taxas semelhantes de MPS foram alcançadas.

Essas descobertas indicam que os formatos de alimentos contendo proteínas que têm um alto teor de EAA e alcançam rápido as concentrações sustentadas de EAA periférico podem melhorar o status de proteína de corporal e apoiar de forma eficiente a MPS durante o estresse catabólico.

Acesse o estudo na íntegra aqui.

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