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Nutrição esportiva: como contribui para a longevidade?

Nutrição esportiva: como contribui para a longevidade?

Envelhecimento: acelerado ou bem-sucedido?
O envelhecimento é um processo inerente do ser humano e que gera uma série de mudanças biopsicossociais. Nos últimos anos, há um aumento na expectativa de vida da população, mas é importante frisar que nem todos os indivíduos têm a mesma progressão da senescência.

O processo esperado é que o envelhecimento cronológico seja compatível com o biológico, porém o estilo de vida e outros fatores ambientais podem promover a senilidade, em que há degeneração orgânica acelerada, que se expressa em alterações metabólicas e fisiológicas, desse modo, gerando doenças crônicas.

Assim, para que que a longevidade aconteça de forma saudável, com o bem-estar integrado de todas as dimensões do indivíduo, é importante aliar a nutrição e o esporte, promovendo a qualidade de vida. A população 60+ ativa, que se preocupa com a alimentação e a atividade física, faz parte de uma tendência de nicho de atendimento e, por isso, é necessário atualizar as condutas clínicas para essa demanda no consultório.

A importância da atividade física

Independentemente da idade, ser fisicamente ativo promove benefícios metabólicos e fisiológicos. Mas, na população 60+, os exercícios auxiliam na prevenção e no tratamento da sarcopenia, além da melhora da densidade óssea. O exercício físico leva à ativação constante do SIRT1, que promove a biogênese mitocondrial e também do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal, que estimula a secreção de testosterona, hormônio importante para a conservação da massa muscular e óssea. Além disso, a atividade física promove modulação do microbioma intestinal, resultando em melhora da fragilidade e do declínio cognitivo, condições associadas ao envelhecimento. (MARQUES, N.; LOSCHI, R., 2017; SHIN et al., 2019).

Bao et al. (2020), em uma revisão sistemática e metanálise de estudos randomizados e controlados, avaliaram os efeitos dos exercícios em idosos com sarcopenia. Os autores incluíram estudos em que os treinos duravam de 30 a 80 minutos, com 1 a 5 sessões, e tinham duração de 6 a 36 semanas e os achados foram que o programa de exercícios promoveu melhora significativa da força muscular e performance física. Sañudo et al. (2017), em uma revisão sistemática, concluíram que mulheres de 35 a 70 anos, durante o climatério ou após a menopausa, que realizavam exercícios de impacto associados à vibração ou treinamento de força, tinham aumento significativo da densidade mineral óssea lombar e femoral.

Nutrição esportiva – Estratégias para a performance e saúde no 60+
Estratégias nutricionais são aliadas do exercício físico na promoção da saúde e na longevidade com qualidade de vida, além de auxiliar na otimização da performance física da população 60+, sendo que a literatura científica traz recentes avanços na área da nutrição esportiva, para esse nicho de atendimento.

Buckinx et al. (2020), em um estudo controlado, randomizado e duplo-cego, avaliaram os efeitos da suplementação de 10g de l-citrulina por dia ou placebo em combinação com treinamento intervalado de alta intensidade por três vezes na semana, por um período de 12 semanas, em indivíduos com mais de 65 anos e saudáveis. O grupo que combinou o exercício e a l-citrulina teve redução significativa do Índice de Massa Corporal e da gordura corporal na região abdominal, além de uma melhora da performance física.

Apesar da prescrição de suplementos ter de ser feita de forma individualizada, a literatura científica mostra que a suplementação de cafeína e suplementos com alto teor proteico, associada à beta-alanina, promove benefícios de performance para idosos de ambos os sexos que praticam exercício de endurance, e, nas mulheres, uma dieta hiperproteica, associada à suplementação com HMB ou com bicarbonato de sódio, também é eficaz. (MARTÍNEZ-RODRÍGUEZ et al., 2020)

Segundo McKendry et al. (2020), para potencializar os benefícios do treinamento de resistência, na prevenção e no tratamento da sarcopenia, é salutar associar alguns nutrientes específicos, como proteínas, e a suplementação de creatina, vitamina D ou ômega-3.

 

REFERÊNCIAS

MARQUES, N.; LOSCHI, R. Fitoterapia Funcional Aplicada à Prática Esportiva. São Paulo: Valéria Paschoal Editora Ltda., 2017.

BAO, W. et al. Exercise Programs for Muscle Mass, Muscle Strength and Physical Performance in Older Adults with Sarcopenia: A Systematic Review and Meta-Analysis. Aging and Disease, v.11, n.4, p.863-873, 2020. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32765951/>. Acesso em: 21 ago. 2020.

SHIN, H. E. et al. Exercise, the Gut Microbiome, and Frailty. Annals of Geriatric Medicine and Research, v.23, n.3, p.105-114, 2019. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32743298/>. Acesso em: 21 ago. 2020.

SAÑUDO, B. et al. A systematic review of the exercise effect on bone health: the importance of assessing mechanical loading in perimenopausal and postmenopausal women. Menopause, v. 24, n. 10, p. 1208-1216, 2017. Disponível em: < https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/28538603/>. Acesso em: 21 ago. 2020.

BUCKINX, F. et al. High intensity interval training combined with L-citrulline supplementation: Effects on physical performance in healthy older adults. Experimental Gerontology, 2020. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32721549/>. Acesso em: 21 ago. 2020.

MARTÍNEZ-RODRÍGUEZ, A. et al. Effect of Supplements on Endurance Exercise in the Older Population: Systematic Review. International Journal Environmental Research and Public Health, v.17, n.14, p.5224, 2020. Disponível em: <https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/32698345/>. Acesso em: 21 ago. 2020.

MCKENDRY, J. et al. Nutritional Supplements to Support Resistance Exercise in Countering the Sarcopenia of Aging. Nutrients, v. 12, n. 7, 2020. Disponível em: <https://www.mdpi.com/2072-6643/12/7/2057>. Acesso em: 21 ago. 2020.

 

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